O Governo do Rio Grande do Norte assinou memorando de entendimento para a implementação de parques eólicos offshore (no mar) e produção de hidrogênio e amônia verde no estado.
De acordo com a governadora Fátima Bezerra, o Rio Grande do Norte tem as melhores condições no país para a produção de energia eólica, inclusive offshore.
"Não é à toa que somos o maior produtor de energia eólica do Brasil, e temos boas perspectivas para avançar ainda mais. No último leilão para novas usinas, o estado ficou em primeiro lugar. Aprovou quase três vezes mais projetos que o segundo colocado - o estado mais rico do país, São Paulo. Isso mostra que o RN tem feito seu papel: respeito aos investidores, segurança jurídica, celeridade no licenciamento ambiental, adequação das políticas fiscais e tributárias de incentivo, oferecendo ambiente seguro e atrativo aos investimentos", afirmou.
O memorando foi assinado com a empresa com a Empresa Enterprize Energy desenvolve projetos para atrair investidores e já atua no Reino Unido, Singapura, Taiwan e Vietnã. Ian Hatton, principal executivo do grupo, disse que já tem equipe pronta para projetos no Brasil e que o RN tem as melhores condições para produção de energia eólica no mar.
A partir das instalações eólicas, os estudos apontam para a produção de água dessalinizada, hidrogênio e amônia verde que podem ser utilizados na indústria química, de fertilizantes e combustíveis.
"O RN é um lugar excepcional para projetos que podem gerar mais de 2 gigawatts. Tem boas condições geográficas, de produção e armazenamento no mar e em terra, e pode vir a se estabelecer como centro de produção de distribuição de hidrogênio verde", afirmou Ian Hatton.
O executivo ainda informou que "desde 2016 desenvolvemos projetos em Taiwan, na China, e no próximo ano serão iniciadas obras de construção para produção de mais de 1 gigawatts. No Vietnã, vai chegar a 5 gigawatts de energia com produção de hidrogênio verde. A engenharia aplicada lá será aproveitada no RN e isto significa a aceleração de projetos".
O hidrogênio verde ganha relevância como combustível diante da degradação climática provocada pelo alto consumo de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão.
O secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Jaime Calado, afirmou que o RN tem mão de obra qualificada nos níveis médio, superior e pós-graduação por universidades públicas. Ele informou que o Estado, em parceria com o Instituto Senar de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), está elaborando o atlas solar e eólico.
"Até abril próximo, o atlas estará pronto e será válido por dez anos. Também temos 14 das maiores empresas eólicas do mundo operando e obtendo lucro", contou.