Segundo o escritor Laurentino Gomes, em 1820, depois de mais de uma década de sofrimentos, sem a presença do Rei Dom João VI, ainda governando do Brasil, o povo português se revoltou.
Tropas rebeladas reuniram-se na cidade do Porto, e se declararam contra o domínio inglês. No manifesto que distribuíram à população, os militares lamentavam a situação de penúria em que o país se encontrava e exigiam a volta do rei D. João VI.
Ameaçado de perder Portugal, D. João decidiu retornar a Lisboa. Antes se reuniu com seu filho, o príncipe D. Pedro, e lhe fez uma recomendação: “Pedro, se o Brasil se separar, antes seja para ti, que me hás de respeitar, que para algum desses aventureiros”.
Mais precisamente: "Pedro, o Brasil brevemente se separará de Portugal: se assim for, põe a coroa sobre tua cabeça, antes que algum aventureiro lance mão dela".
Segundo as memórias do conde de Palmela, a independência brasileira teria sido realizada em comum acordo entre o rei e o príncipe. De qualquer modo, a correspondência posterior entre os dois registra a preocupação do príncipe de que isso não perturbasse o pai.
O novo Brasil
D. João VI volta para Lisboa, mas deixa para trás um Brasil pronto para a independência
D. João partiu do Rio de Janeiro no dia 26 de abril de 1821. Sua comitiva incluía cerca de 4 000 portugueses – um terço do total que o havia acompanhado na fuga para o Rio de Janeiro, treze anos antes. Conta-se que o rei embarcou chorando. Se dependesse apenas de sua vontade, ficaria no Brasil para sempre.
A preservação da integridade territorial foi uma grande conquista de D. João VI. Sem a mudança da corte portuguesa, os conflitos regionais teriam se aprofundado, a tal ponto que a separação entre as províncias seria quase inevitável. Não seríamos este país continental de hoje, mas teríamos o território dividido em diferentes nações.
Graças a D. João VI, o Brasil se manteve como um país de dimensões continentais, que hoje é o maior herdeiro da língua e da cultura portuguesas. Em outras palavras, ao mudar o Brasil, D. João VI o perdeu para sempre. O resultado foi a Independência, em 1822. FONTE:- História do Brasil. Gilvan Rodrigues Leite (Gestor Público e Ambiental Aposentado).
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