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sábado, 2 de janeiro de 2021

"A RAINHA DO MARANHÃO". CARRASCA E VICIADA EM SEXO, VIROU ASSOMBRAÇÃO.


A maranhense de São Luís Ana Joaquina Jansen Pereira era conhecida como Donana. Mas bem que poderia ser Demônia. Nascida em 1787, era o ”cão” de saias.

Descendente de nobreza europeia, ainda adolescente teve um filho de pai desconhecido, tornando-se “desonrada” para os padrões vigentes.  Tempos depois, tornou-se amante do fazendeiro mais rico da época, Isidoro Rodrigues Pereira, com que acabou se casando depois que ele ficou viúvo. 

Os anos passaram e, com a morte de seu marido, transformou-se na viúva mais rica e poderosa senhora de terras e de escravos, sendo chamada de "Rainha do Maranhão", uma das maiores produtoras de algodão e cana-de-açúcar do Império. Também era dona de um jornal. 

Na época tornou-se amante de um desembargador e com ele teve mais quatro filhos, totalizando onze. Sempre aparecia grávida em público, mesmo não estando casada, chocando a sociedade conservadora da época. Aos 60 anos se casou novamente. Dizia-se que era viciada em sexo, inclusive praticando com escravos em plena puberdade. 

Uma das primeiras mulheres políticas do Brasil, líder do Partido Liberal, ajudou a financiar o exército de Duque de Caxias na Revolta da Balaiada. Na época, mulher sequer podia votar, mas Donana ditava os rumos políticos de sua terra. 

Autoritária ao extremo, tratava com rigor os escravos e funcionários, inclusive chegou a mutilar alguns que a desobedeceram. Certa vez, ela mandou arrancar todos os dentes de uma escrava, que tinha um belo sorriso, só pra mostrar quem mandava. Outros relatos apontam que uma vala em sua antiga propriedade serviu de túmulo para mais de 100 escravos, mortos a mando dela.

A demônia morreu aos 82 anos, de causas naturais. 

Segundo o folclore de São Luís, Donana teria sido condenada a vagar perpetuamente pelas ruas da cidade numa carruagem assombrada. 

O coche maldito partiria do cemitério do Gavião, em noites de quinta para sexta-feira. Um escravo sem cabeça conduziria a carruagem, puxada por cavalos também decapitados.                       
FONTE:- História do Brasil 
(Ilustração: revista Super Interessante).                                                         
Gilvan Rodrigues Leite (Gestor Público Ambiental aposentado).

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