Eu nunca fui tão ingênuo a ponto de pensar que o povo brasileiro é “tão bonzinho”, como dizia o repetido bordão de uma personagem de um programa humorístico da TV, de alguns anos atrás, vivido pela atriz Kate Lyra.
Também sempre soube das violências históricas praticadas contra pobres, negros, homossexuais, nordestinos, mulheres etc...
Mas confesso que as manifestações de ódio que eu tenho presenciado sobretudo pelas redes sociais ultimamente, me têm chocado... e muito.
O brasileiro pode não ser “tão bonzinho” como dizia aquele personagem que eu falei logo acima, mas também me recuso a acreditar que tenha se transformado nesse monstro que destila ódio por todos os poros, que vibra com a doença e sofrimento de uma senhora de 66 anos que nunca fez mal a qualquer um deles (por mais que insistam em atribuir a ela e sua família os atos mais ignóbeis que se possa imaginar e que até agora não conseguiram provar).
E ainda nos assustamos com o nível de violência a que chegamos? Ninguém mais está seguro... nem dentro de nossas próprias casas... As instituições apodreceram: tanto no Executivo, como no Legislativo e agora, pra aumentar nossa vergonha, até no Judiciário. Rui Barbosa dizia que quando este terceiro poder não merece mais respeito e credibilidade, então o caos estará instalado porque não se tem mais a quem recorrer. Em meio a esta crise como nunca houve na história deste país (acho eu) surge de forma arrogante e ameaçadora o “Poder Penitenciário” dando as cartas e ditando as regras do jogo nas barbas das autoridades perplexas, atônitas e impotentes.
Mas o que esperar de um país que sempre privilegiou um grupo de pessoas que se transformaram nesta elite burra e preconceituosa? Um país de desigualdades sociais astronômicas, que insiste em não investir como deve na Educação? Há muito tempo que Darcy Ribeiro já alertava: “Se o país não construir mais escolas, daqui a 20 anos terão que construir mais Presídios, porque eles estarão lotados”. E está aí, esta triste profecia se cumprindo... e não foi por falta de aviso. Um país que tem a classe política mais cara, corrupta e, portanto, inoperante do planeta. Claro que tem e respeitamos as exceções. Políticos que já ganham salários escandalosos e, não satisfeitos, ainda contam com um sem número de mordomias (verbas de gabinetes e verbas pra tudo que se possa imaginar e mais um pouco) e, como se não bastasse ainda ganham propinas... E para garantir todos esses “direitos” uma mídia venal controlada por pouquíssimas famílias que detém o poder econômico e que determina o que o povo tem e o que não tem que ver. E o que a gente vê é este povo secularmente enganado, servindo de massa de manobra e odiando até quem sempre lutou por ele.
Não tenho ideia de onde isso tudo vai parar... só sei que, lamentavelmente, o cenário que se delineia à nossa frente é assustadoramente sombrio. Mas, como sou um otimista incorrigível, acredito que, como sempre acontece, em algum momento da história a humanidade vai encontrar uma saída. Não sei qual, mas sei que ela vai aparecer... Até lá muitas cabeças rolarão (Deus queira que não mais literalmente), como avisou meu amigo vidente Bezerrinha: “a humanidade vai ter uma baixa enorme porque muita gente vai morrer através de catástrofes naturais, epidemias e violência urbana”.
Espero que a humanidade se volte, enfim, para Deus e viva definitivamente o seu apelo/convite, de que o AMOR definitivamente prevaleça. Este texto é do meu amigo Pe. Manoel Vieira Guimarães, e expressa meu pensamento e de milhões de brasileiros que se encontram sofrendo com a atual situação do país.
Gilvan Rodrigues Leite (Gestor Público e Ambiental Aposentado).
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