Os bancos de sangue de Natal estão com o estoque mais baixo do que a demanda. O motivo é que as doações de sangue diminuíram durante a pandemia de Covid-19, já que os doadores ficaram com medo de se contaminarem.
“Os bancos de sangue antes da pandemia já tinham um estoque baixo, insuficiente para a demanda, após a pandemia as doações diminuíram em cerca de 70%. O estoque da Hemovida está sempre em baixa”, relata José Sérgio, enfermeiro da Hemovida. No Hemonorte, a situação não é diferente, o estoque também está baixo, com 50% a menos de doadores.
Paulo Neris, o maior doador de sangue do mundo e presidente da Organização Não Governamental (ONG) “ADOSAN”, relata que pelo menos metade dos voluntários decidiram que só iriam voltar a doar sangue após a pandemia.
“Por mais que a gente diga que os bancos de sangue têm cuidado e zelo com a saúde do doador, com a questão da assepsia, distanciamento, todo aquele protocolo, mesmo assim tem doador que parou de doar enquanto não tomar vacina”, conta.
De fato, durante a pandemia, a doação na Hemovida só acontece com agendamento prévio por telefone. No Hemonorte pode ser feita sem agendamento, mas a preferência é para que seja agendado para evitar aglomerações.
Ambos exigem o uso de máscara, garantem o distanciamento social entre os doadores, e são seguidos todos os protocolos de biossegurança exigidos pelo Ministério da Saúde, como demarcação de espaço e sanitização do ambiente.
Outro fator que acaba prejudicando os estoques dos bancos de sangue é a preferência da maioria das pessoas por fazer a doação casada, ou seja, diretamente para uma pessoa específica, ao invés de doar de forma voluntária.
“Lembrando que as urgências e emergências continuam da mesma forma. E os casos de leucemia, os transplantes continuam correndo, e as cirurgias de urgência, que não tem como você programar”, argumenta Paulo.
Tanto a Hemovida quanto o Hemonorte realizam a coleta de plasma convalescente de pacientes que se recuperaram de Covid-19, para utilizar os anticorpos presentes no sangue em pessoas adoecidas pelo vírus. Para doar, a pessoa precisa ter se recuperado no período entre 30 e 60 dias. De preferência, o doador precisa ser do sexo masculino.
Para doar sangue é necessário estar saudável; ter dormido bem na noite anterior; estar alimentado; pesar acima de 50kg e ter entre 16 e 69 anos (menores de idade só podem doar com a presença do responsável legal) e apresentar um documento oficial com foto. Na Hemovida, para agendar é preciso ligar para o telefone 3202-4289. No Hemonorte, o agendamento pode ser feito pelo site www.hemorte.rn.gov.br, ou pelo telefone: 3232-6733
“Nesse período da pandemia eu continuei doando sangue da mesma forma, hoje estou realizando a doação 312, é um novo recorde mundial. As pessoas deveriam ver como exemplo e valorizar. A gente que está gozando de boa saúde, tem que pensar no próximo”, afirma Paulo. FONTE:- Hemocentro.
Gilvan Rodrigues Leite (Gestor Público e Ambiental Aposentado).
Nenhum comentário:
Postar um comentário