As filhas vivem atualmente a expectativa por uma possível extubação (quando o paciente sai da intubação) após uma melhora no quadro da mãe.
Os profissionais da equipe médica que tratam Maiza contam que a oração das irmãs pela mãe tem mudado inclusive o ambiente de trabalho.
"Como profissional de saúde, principalmente em linha de frente, nas UTIs, a gente vê muita morte, muita coisa que às vezes a fé fica um pouco de lado, a gente fica mais racional. Aí vem uma situação dessa que nos desmonta e faz a gente se sentir humano novamente. Enche o coração fé e de humanidade", contou a enfermeira Andréa Oliveira.
Maiza Vieira de Souza, de 61 anos, com uma das filhas — Foto: Arquivo pessoal
Para a enfermeira, "a fé delas tem feito diferença na recuperação da mãe".
"A fé delas aumentou a minha fé, de sempre acreditar. Você vê que o ambiente fica diferente. É uma coisa muito forte, só sabe quem está lá", disse.
Depois de alguns dias de oração, a equipe médica e as filhas de Maiza criaram uma relação. Elas, por vezes, chegam a rezar juntas - mesmo separadas pelas janelas.
Filhas rezam com equipe de saúde pela recuperação da mãe, internada com Covid-19 no RN
"Depois de alguns dias, nós começamos a ver o quanto que Deus colocou no nosso coração um propósito maior. As enfermeiras vinham chorar pra gente, uma que a sogra tinha tido um infarto, outra que o pai estava doente, e que nós estávamos fortalecendo elas", contou Ana Carolina Souza.
"Elas choram, sentem, estão muito sensíveis por conta dessa situação da Covid-19, de chegar pessoas a todo instante e não t.er onde colocar. A nossa fé foi além da minha mãe. Ela contagiou o hospital de tal maneira, que eles acreditam mesmo quando eles veem um paciente crítico".
Para a enfermeira Andréa Oliveira, o companheirismo das filhas com a mãe tem feito a diferença. "Nosso dia a dia é pesado. A gente, tem hora que não acredita que a gente conseguiu. E aí vem uma oração, um louvor, uma e tudo faz diferença".
Ela conta que já viu diversas orações no hospital, mas nunca a persistência diária como tem acontecido. "Existe muita fé e acontece muita coisa, mas, como elas, foi a primeira vez. Todos os dias, elas ficam lá muito tempo, todo dia todo lá fora fazendo orações. Tem muita fé lá dentro, muitas orações, muitas pessoas que acreditam, mas como as filhas dela ali todos os dias, foi a primeira vez que vi", diz.
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