Em 08/7/2019, por volta das 5:40 horas, no Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró, por complicações de uma cirurgia realizada em Natal dias atrás faleceu o radialista George Wagner.
George Wagner Leite Dantas era natural do município de Areia Branca-RN, nasceu no dia 17 de maio de 1964. Filho de José Dimas Dantas e Maria do Socorro Leite Dantas, sendo o segundo filho de uma prole de sete irmãos. Chegou à Mossoró quando estava com seus oito anos de idade.
Ele começou a trabalhar em rádio no ano de 1981. Sua estréia aconteceu na Rádio Difusora de Mossoró, ainda que de maneira um tanto informal. É que antes disso ele trabalhou fazendo locução em carro de som. Esse trabalho foi a convite do radialista e ex-vereador J. Belmont, que contratava nomes importantes da música nacional para uma temporada de quatro ou cinco dias em apresentações por algumas cidades do interior.
Sua participação nesse projeto se deu quando aqui recebemos para uma turnê o saudoso cantor Antônio Marcos. Então, ele viajou pelo interior divulgando os shows que Antônio Marcos faria. Nessa oportunidade, que percorreu até algumas cidades do Ceará, como foi o caso de Jaguaruana, Tabuleiro do Norte, Jaguaribe, Limoeiro e Aracati. Logo que George Wagner retornou dessa excursão, Belmont o convidou para participar do programa dele, que era “Belmont Comunica Show”, na Rádio Difusora. Ele viu em nele algum talento para esta função e lhe disse: “Você deve buscar o seu espaço nesse meio. Seu irmão já trabalha em rádio (referindo-se a Paulo Wagner) e você tem condições de fazer sucesso no setor”. Nisso, ele foi participar do programa de Belmont, atuando como uma espécie de âncora.
Belmont falava nos patrocínios e aí George lia cada um, fazendo a publicidade dos patrocinadores. Depois disso, ele apresentou o quadro “O Mundo Maravilhoso dos Sonhos”, ainda no programa de Belmont. O ouvinte ligava contando o que sonhou e ele procurava interpretar o significado daquele sonho, mas sempre de mão de um livro, que lhe dava as informações específicas, ou aproximadas para cada situação. A partir daí, ele procurou firmar como profissional de rádio. Nesse período surgiu na Difusora uma vaga para a função de noticiarista.
A emissora promoveu um concurso e este radialista foi aprovado entre cerca de quarenta candidatos. Depois que assinaram sua carteira como noticiarista na Difusora, ele trabalhou ao lado de profissionais como Juarez do Xerém, J. Pereira, com José Maria Madrid, que ele gostava de ouvir e que depois teve a satisfação de tornar-se um amigo bastante próximo. Outros que também já faleceram e que foram seus colegas de trabalho eram Laércio Marinho e Luiz Carlos Bessa, que lhe influenciaram de forma muito positiva. Dos que, felizmente, estão vivos, ele ainda destaco Givanildo Silva, com quem aprendeu muita coisa enquanto noticiarista do rádio AM.
George Wagner começou apresentado os noticiários “Grande Matutino Difusora”, às 7h; “Notícias da Cidade”, às 11h30; “Grande Jornal Falado Difusora”, às 11h45; também apresentava os noticiários de hora em hora, “Correspondente Difusora”, no período da tarde e gravava para a programação da noite. Começou a apresentar programas como disk-jóquei em 1982, pela Rádio Difusora de Mossoró, quando comandava o programa “Show da Noite”, que ia ao ar das 20h30 às 24h; depois de um tempo passou a apresentar um programa vespertino, denominado de “Show de Sucesso”, das 13h às 16h.
Ele entrou para a equipe da Rádio Difusora no ano de 1983, passando quase 4 anos nesta emissora.
Outro daquela época que ele gostava de ouvir os comentários era do hoje saudoso Emery Costa, na Rádio Rural de Mossoró, além do companheiro Carlos Augusto, que foi outro que lhe incentivou a seguir a profissão. Ele antes do contato com a locução em carro de som e de ter passado a atuar como locutor, o que mais lhe seduzia era o teatro. Ele teve uma experiência muito proveitosa que foi junto ao grupo de teatro amador do SESI de Mossoró, onde fez curso de dicção, de expressão corporal e participou de algumas várias peças importantes, onde teve como diretores teatrais Lauro Monte Filho, Jesiel Figueiredo e Iremar Leite, o autor da canção ‘Santo de Barro’. No curso de dicção, foi sua professora a notável Ivonete de Paula.
Essa sua atividade no meio teatral contribui de maneira muito positiva para a sua estréia na comunicação radiofônica, principalmente porque os exercícios de dicção lhe proporcionaram um melhor aproveitamento da voz na hora de dirigir ao público ouvinte, como também a questão de não lhe sentir embaraçado para lidar com uma audiência tão expressiva como a da Rádio Difusora, pois já começou numa emissora de ponta e entre muitos profissionais de grande nível, a exemplo dos que foram citados.
Após atuar na Difusora, ele deixou a rádio em 1986 quando foi para Curitiba e casou. Deixou Mossoró nessa época, justamente devido ao casamento. Em Curitiba ele trabalhou em outros setores diferentes da locução. Ele fazia gravações de comerciais em estúdio para serem apresentados nas rádios. Era um trabalho ao lado do companheiro Sidney Campos. Depois, ele recebeu uma proposta para retornar à Difusora, um convite feito pelo diretor Ângelo Fernandes, onde George permaneceu até o ano de 1987. Quando retornou ele passou a apresentar o programa “Só Sucesso”, à tarde, e também apresentava os noticiários com Givanildo Silva, e, pela manhã, fazia reportagem externa dentro do programa Givanildo Silva. Foi neste tempo, que ele chegou a apresentar o “Jornal Integrado Estadual”, que era transmitido pelas rádios Difusora de Mossoró e Cabugi de Natal. Depois ele se afastou do rádio e passou a fazer reportagens para o jornal Gazeta do Oeste, com Givanildo Silva no departamento de jornalismo. Mas ficou por pouco tempo nesse trabalho. Com uma semana que estava cumprindo pautas no jornal, foi acidentado e o trabalho foi interrompido. Teve que fazer um tratamento muito longo em Fortaleza e esse projeto foi mesmo arquivado. Depois recebeu o convite do radialista Caby da Costa Lima para gravar diariamente um programa, o “Ligue se Ligue”, para a Rádio Gazeta de Areia Branca-RN. Neste tempo, George teve a oportunidade de trabalhar com grandes profissionais do rádio, tais como: Carlos Skarlack, Ênio Ticiano, Nivaldo Oliveira e muitos outros. Permaneceu na Rádio Gazeta por um período de um ano, quando foi surpreendido com a proposta para trabalhar na Rádio Resistência FM 94.1, isso em 1988, justamente quando a Rádio FM Resistência estava formando a sua equipe de profissionais. Foi então que George mandou um currículo e foi chamado. E ocorreu dele ser a primeira voz a ser transmitida ao vivo pela Rádio, visto que o seu programa era o primeiro da manhã, veiculado na antiga frequência 94,1. Ele apresentou diversos programas na rádio, entre eles: “Forrozão de Mossoró”, “Parada Popular”, “Grande Parada da Semana”, “Programa George Wagner”, “Brega Total”, “Arquivo da 93”, “As Mais Pedidas”, além de outros. Quando a FM firmou contrato com a Rede Som Zoom Sat, época em que ficou apenas operando comercial, executando a parte técnica dos controles. Ele foi consolidado como uma das maiores e melhores vozes em radialismo potiguar. Nesta data, há dois anos atrás, se despediu de sua família, de sua grande legião de fãs e amigos, e também do rádio. Deixou uma grande lacuna na radiofonia Mossoroense e potiguar.
A historia de vida dele foi muito bonita. Foi vitorioso e além de sucesso profissional, colecionou amizades boas e fäs. Acredito que viveu intensamente e foi feliz em tudo que fez. Muita luz pra ele no reino dos céus.
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