Somente no Rio Grande do Norte, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) doou cerca de 25 mil quilos de alimentos desde o início da pandemia, em 2020. As doações são compostas por cerca de 20 tipos diferentes de alimentos produzidos nos acampamentos e assentamentos do MST nas cinco regiões do estado.
“Isso é importante para mostrarmos não só que produzimos, mas que nós cultivamos alimentos saudáveis. Além de mostrarmos a importância da reforma agrária, o MST alimenta outras pessoas que estão precisando. Isso nos faz muito bem, colocar alimento na mesa dessas pessoas e uma comida de qualidade, limpa e sem uso de agrotóxicos”, conta com orgulho Márcio Mello, técnico em agroecologia e coordenador do setor produção do MST no Rio Grande do Norte.
Os alimentos doados no estado foram, principalmente, para os bairros mais pobres de Natal e para o município de Ceará-Mirim.
“Fazemos um balanço nos trabalhos que já fazemos nos bairros mais carentes de Natal e Ceará-Mirim e, a partir daí, monitoramos os grupos mais necessitados”, explica Márcio.
De acordo com coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo, o MST distribuiu em todo o Brasil 25 mil toneladas de alimentos, somente durante a pandemia. Além dos alimentos, também foram doados 1 milhão de marmitas em todo o país.
Brasil de volta ao mapa da fome
Mais 9 milhões de brasileiros entraram para um quadro de fome no ano de 2020, em comparação com 2018. Os dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) mostram que enquanto em 2018 cerca de 10,3 milhões de brasileiros enfrentavam situação de fome, esse número subiu para 19 milhões de brasileiros em 2020.
Em 2014, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil deixou o Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU). Mas, a pesquisa de Orçamento Familiar feita pelo IBGE em 2017/2018, já mostrava que a segurança alimentar estava garantida apenas para 63,3% das casas pesquisadas.
A insegurança alimentar é considerada leve quando há preocupação com a quantidade e qualidade dos alimentos disponíveis. Passa a ser moderada quando há restrição na quantidade de alimentos e é considerada grave, quando o indivíduo passa fome.
Além das questões relacionadas à pandemia, estudiosos do tema atribuem o agravamento da fome no país à falta de políticas públicas. Um exemplo, é a extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que tem a tarefa de propor ao Governo Federal diretrizes e prioridades nas políticas para o setor. O Conselho foi fechado logo depois que Jair Bolsonaro assumiu a presidência da República. FONTE:- Baraúna Notícias.
Gilvan Rodrigues Leite (Gestor Público e Ambiental Aposentado).
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