A loteria alternativa com a curiosa aposta em animais representados por grupos numéricos já se tornou um hábito conhecidamente brasileiro; simbólico por ser uma das formas mais fáceis de apostar, seu surgimento ocorreu, justamente, durante um período de falta de dinheiro de um empresário fluminense.
Em 1890, o diretor do Jardim Zoológico de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, João Batista Viana Drummond (o barão de Drummond nomeado por D. Pedro II), criou um jogo para atrair mais visitantes e sanar a falta de dinheiro do parque pois com a Proclamação da República em 1889, o barão deixou de receber ajuda financeira do governo e a renda do parque ficou comprometida.
Assim que o jogo do bicho nasceu; na compra do ingresso, as pessoas ganhavam um cupom com a estampa de um entre 25 animais. Todo dia o barão escolhia um bicho e colocava sua figura em um quadro coberto, na porta principal.
Às 3 da tarde, ele mesmo divulgava o resultado. A aposta custava 1000 réis e o prêmio era de 20 vezes mais. O jogo fez tanto sucesso, a ponto de chegar bondes lotados ao zoo.
Em pouco tempo o jogo ficou popular, e a idéia do barão começou a ser utilizada fora do zoológico somente para apostas. Montaram-se então bancas em bares e padarias por toda a cidade sob o controle de um grupo que assegurava o pagamento dos prêmios e a idoneidade dos resultados. Porém, cinco anos depois já estava restringido por lei.
O jogo do bicho, atualmente, é proibido pela lei brasileira número 3.688 e considerado contravenção juntamente com jogos de azar, atividade de cassino e exploração não autorizada de loteria. Desde o anúncio oficial da proibição em 1941, os bicheiros e controladores dos pontos de aposta se organizaram e formaram uma cúpula que se relaciona por meio de propina . Essa relação, que cresceu e se tornou cada vez mais comum, é o que permitiu que o jogo do bicho chegasse até os dias de hoje em pleno funcionamento. Por conta disso, hoje o bicho é considerado não só contravenção mas crime de formação de quadrilha e corrupção. Na década de 70, o jogo do bicho no Rio de Janeiro estava organizado praticamente como uma empresa em expansão. E, tendo arrecadado grandes quantias de dinheiro, investiram, entre outras coisas, na compra de escolas de samba e no controle do carnaval, por meio da liga das escolas de samba. Fonte:- Facebook.
Gilvan Rodrigues Leite (Gestor Público e Ambiental Aposentado).
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