A falta de computadores, celulares e acesso à internet em casa dos dificultou ensino remoto para alunos de 86% das escolas do país, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (31) pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br).
Os dados foram colhidos de e setembro de 2020 a junho de 2021, por telefone, com 3,6 mil escolas públicas e privadas.
Entre as públicas, o percentual das que relataram dificuldades por conta da falta de internet, celular e computador sobe para 93% nas municipais e 95% nas estaduais. Nas particulares, o número cai para 58%.
José Caique, hoje com 14 anos, é um dos alunos que enfrentou esse problema. Morador da zona rural de Olho D'Água, a 95 km de Teresina (PI), ele não conseguia participar das aulas por não ter acesso a internet.
Em agosto de 2020, o pai de Caique montou uma barraca de palha na mata a 500 m de casa para que o filho pudesse ter acesso à internet móvel em um aparelho celular e assistir a aulas. “Ele é um guerreiro. Eu não consegui estudar, tive quer ir para roça. Ele se esforça muito”, declarou Francisco Sobral na ocasião.
Coordenadora da pesquisa, Daniela Costa ressalta que a falta de apoio dos pais e responsáveis aos alunos foi um problema ainda mais comum relatado pelas escolas pesquisadas: 93%.
Para ela, entender esses desafios é importante para informar a comunidade escolar sobre o cenário de acesso, de uso e de apropriação das tecnologias no âmbito educacional. "Desta forma, alunos, professores e gestores escolares podem usufruir dos dados para analisar a sua própria realidade e gerar ações que contribuam para a sua melhoria."
Medidas.
A pesquisa levantou também as medidas adotadas pela escola para dar continuidade ao ensino durante a pandemia.
A estratégia mais comum, relatadas por 93% delas, foi a distribuição de atividades e materiais pedagógicos impressos, entregues aos pais e responsáveis. Outras foram a criação de grupos de aplicativos em redes sociais para falar com alunos e pais e responsáveis (91%) e a gravação de aulas em vídeo (79%).
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