A cada dia a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid-19 na rede de saúde pública do Rio Grande do Norte tem diminuído, segundo dados da plataforma Regula RN. No feriado de 7 de setembro, a ocupação de leitos crítico ficou abaixo de 30% pela quarta vez em 2021. Para o professor Ricardo Valentim, coordenador do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (Lais) da UFRN e integrante do comitê científico do RN, tal cenário tem algumas justificativas, como a cobertura vacinal e a adesão da população aos protocolos sanitários.
O pesquisador detalha que desde o final do maio o estado potiguar tem experimentado uma redução gradual e sustentada de novos casos. O período citado é referente ao pico da segunda onda da pandemia da Covid-19. “Com a redução de novos casos, as internações também começaram a cair. Atualmente, os óbitos também estão em redução. Do inicio de junho até agora, os dados epidemiológicos no RN têm reduzido de forma sustentada, ou seja: semana após semana”, destaca.
Valentim pontua que, ao analisar a taxa de ocupação dos leitos, é necessário considerar a redução no número de leitos disponíveis. Segundo ele, no final de maio eram 430 de leitos de UTI disponíveis na rede SUS do estado potiguar. Até esta quarta-feira 8, o oferta foi reduzida para 230 leitos. Para o pesquisador, os leitos que não mais existem para essa demanda estavam “ociosos” e, por isso, precisaram ser remanejados para atender outras doenças.
“Não só reduziu a ocupação, como diminuiu a oferta de leitos. Não havia mais necessidade desses leitos, que estavam ociosos. Tanto leito de UTI como leitos clínicos. O mais significativo, nesse contexto, é o leito de UTI. Ao analisarmos esses dados, vemos que a pandemia no RN, da perspectiva assistencial, está controlada”, avalia.
A análise do professor da UFRN leva em consideração, ainda, que até o mês de junho, a média de solicitações de internações era de 100 pedidos diários. Tal pontuação vem reduzindo, conforme avaliação dele, a cada mês. Hoje em dia, os pedidos ficam abaixo de 20. “Tem dia com mais, outros com menos. Tem dia que chega a ter 10 pedidos de internações”, comenta.
Sobre a ameaça existente em torno da variante Delta, Valentim reforça a segurança e eficácia da vacinação no enfrentamento dessa realidade. “O RN tem cobertura vacinal acima de 81% da população adulta. Com certeza isso tem influenciado o controle da pandemia da Covid-19 no estado. Mesmo com a introdução da variante Delta, a imunização tem produzindo um impacto positivo na transmissibilidade e redução no número de casos”, pondera.
Por fim, o pesquisador afirmar que, para continuar controlando a pandemia, é necessário que a população permaneça adotando os protocolos sanitários já conhecidos, como o uso de máscara e a higienização das mãos. Além disso, ele reforça a importância de concluir o esquema vacinal. “É provável que nos próximos dias, se a população continuar se ajudando e se imunizando, o estado continuem observando essas tendências de redução gradual e sustentada que tem se mantido”, encerra.
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