"O setor da construção civil dá sinais de reaquecimento no Rio Grande do Norte com a volta de lançamentos imobiliários o que traz consequência direta na geração de empregos. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a construção civil foi o terceiro segmento que mais gerou empregos no estado no primeiro semestre deste ano com saldo positivo de 1.700 vagas. Isso ajudou o Rio Grande do Norte a ter o melhor saldo do ano de empregos com carteira assinada, com a criação de mais de 12 mil vagas."
O pedreiro Jânio Bezerra conta que antes da pandemia chegava a passar semanas sem serviço. Atualmente, ele já tem obras e reformas agendadas até abril de 2022. "Acho que antes as pessoas não queriam fazer serviços porque o custo era alto. Mas, devido as pessoas terem ficado em casa por causa da pandemia, muitas queriam fazer alguma obra: mudar o piso, fazer uma reforma na cozinha, no banheiro, uma pintura e assim por diante. Isso foi o que trouxe uma grande demanda pra área da construção civil nesse período", conta.
A retomada dos serviços vem acontecendo desde o segundo semestre de 2020, quando o mercado imobiliário voltou a lançar novos empreendimentos após um período de mais de cinco anos. Com isso, mais pessoas passaram a comprar imóveis.
Em uma imobiliária localizada em Natal, o mês de junho desse ano registrou um aumento de 50% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado.
Os empresários do setor acreditam que esse aquecimento deva continuar nos próximos meses. "As pessoas não vão deixar de casar porque a crise está maior ou menor. Pode ser que elas não façam uma festa maior, mas o casamento acontece. E a necessidade de uma casa, um apartamento, sempre vai existir. Essa crise dos últimos quatro anos trouxe uma demanda reprimida por novos imóveis", relata Silvio Bezerra, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do RN (Sinduscon).
O aumento da procura por imóveis também é reflexo das atuais taxas de juros do mercado, que apesar de terem crescido desde 2020, ainda estão em patamares bem menores do que em anos anteriores à pandemia.
"Quem está fazendo um negócio imobiliário hoje, com as taxas bancárias como estão, com os preços defasados da maioria dos empreendimentos, está fazendo um negócio excepcional. Essas pessoas vão ter uma alta rentabilidade no valor total do imóvel em pouco tempo", diz o empresário Caio Fernandes.
Há seis anos, o setor da construção civil era responsável pela geração de mais de 40 mil empregos com carteira assinada no Rio Grande do Norte. Segundo o Sinduscon, hoje o setor emprega cerca de 20 mil pessoas. Apesar da queda, a área ainda é a que mais emprega no estado.
A expectativa do setor é conseguir retomar o patamar de geração de empregos do período pré-pandemia. Para isso, os empresários apostam na aprovação do novo Plano Diretor de Natal. "O Plano Diretor vai favorecer um maior adensamento de áreas que ainda não são tão habitadas, e isso vai fazer com que as pessoas despertem para comprar novos imóveis", diz Silvio Bezerra.
O debate tem influência em toda uma cadeia de geração de empregos. Afinal, quanto mais pessoas comprarem imóveis, maior será a procura por reformas e maior a demanda por profissionais da área.
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