Cerca de 40% das crianças potiguares até 5 anos de idade que foram levadas para alguma consulta médica no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2020 apresentavam excesso de peso, o que inclui o sobrepeso e a obesidade. As informações estão no estudo “Panorama da obesidade em crianças e adolescentes”, base de dados lançada pelo Instituto Desiderata a partir de registros coletados pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), do Ministério da Saúde.
Ao todo, segundo a publicação, um total de 69,1 mil crianças de 0 até 5 anos foram levadas pelos pais para algum tipo ce consulta médica no Rio Grande do Norte. Deste total, 27,9 mil estavam acima do peso ideal para a faixa etária. Outras 37,3 mil estavam com o peso adequado. Houve também o registro de 3,7 mil abaixo do peso ou com algum sintoma de desnutrição, o que representou 6% das crianças analisadas.
Segundo a pesquisa, 39% das crianças consumiram alimentos ultraprocessados durante o período. Outros 21% apresentaram consumo elevado de biscoitos recheados, doces ou guloseimas.Para o médico Hélcio Maranhão, professor titular do departamento de pediatria da UFRN, a pesquisa demonstra uma alta taxa de excesso de peso entre as crianças menores de cinco anos no Rio Grande do Norte. O resultado é maior do que a média nacional de 34%.
"Esses valores são altamente preocupantes, pois retratam uma situação de muita vulnerabilidade à saúde das crianças, tanto atual quanto futura. Em 2007, publicamos dois artigos em revistas nacionais, resultantes de pesquisas sobre o tema em escolares e pré-escolares na Cidade do Natal em que observamos excesso de peso em 33,6% e 26,5% respectivamente. Apesar de métodos diferentes do atual, pois nosso estudo foi populacional, se a situação já era alarmante naquela época, hoje muito mais", detalha. Ele também alerta para o potencial aumento das doenças crônicas não transmissíveis nos adultos a partir do aumento do excesso de peso durante a infância.
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