Coração do comércio na cidade de Natal, o bairro do Alecrim comemora 110 anos neste sábado (23). Responsável por mais de 30% da arrecadação de todo o ICMS no Rio Grande do Norte, o bairro gera mais de 30 mil empregos na cidade, e mesmo assim ainda aguarda por mais atenção do poder público – principalmente para solucionar a questão da falta de estacionamento e a reestruturação do camelódromo, entre outros problemas. Mas para além dos aspectos econômicos, o Alecrim também é lar e moradia, contabilizando cerca de 22 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Atualmente, o bairro da Zona Leste é uma verdadeira referência para a cidade e ponto de conexão entre suas regiões, com linhas de transporte que trazem passageiros vindos das Zonas Norte, Sul e Oeste. Constituído oficialmente no dia 23 de outubro de 1911, sendo o quarto bairro de Natal, na época, o local era uma região de sítios, granjas e fazendas.
Derneval Junior, da tradicional Casa Sarmento, frequenta o bairro desde que nasceu, acompanhando os passos e o legado de seu pai Derneval Sá. Aos 10 anos, já visitava a loja diariamente, tendo o Alecrim como parte da sua história de vida. Seu avó, Genival Sarmento, abriu a loja em 1950, ao identificar um mercado em potencial. “Na Praça Gentil Ferreira, existia um ponto de ônibus que recebia todos aqueles do interior. Todo mundo que vinha do interior consumir em Natal, descia na Praça, e através do Alecrim, ia para o centro da cidade. Aquela imensidão de gente fez com que meu avô encontrasse uma porta de abertura para o negócio dele, transferindo a loja da Cidade Alta para o Alecrim”, explica.
O empresário acredita que o bairro é o mais forte, comercialmente falando, do Rio Grande do Norte, e ainda será por muitos anos. “Estamos há mais de um ano enfrentando uma pandemia dura, que trouxe prejuízos enormes para o comércio, e vemos as consequências chegando. Mas apesar dessa dificuldade toda, o Alecrim se sobressai novamente, com o maior número de empresas sendo abertas e gerando mais empregos, como podemos ver nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Entretanto, temos dificuldades relativas ao trabalho dos poderes constituídos, a Prefeitura e o Estado, em agir diante de tanta coisa que ocorre no bairro, como o problema do estacionamento e a reestruturação dos camelódromos”, diz.
Sobre o assunto, o presidente Matheus Feitosa ressalta a função atuante da Associação dos Empresários como ferramenta de conexão entre iniciativa privada e poder público. “Desde a fundação da AEBA, percebemos a necessidade de um contato político, para reivindicar melhorias estruturais no bairro. Geramos empregos, renda e tributos, dessa forma precisamos de uma atenção por parte daqueles que legislam e administram a cidade. Nesse momento de pandemia, tivemos uma união entre instituições para entender melhor decretos, questões de auxílio e transporte. Sem isso, não íamos conseguir crescer”, acrescenta.
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