Com a pandemia, o número de doações de órgãos no RN diminuiu. Segundo a Central de Transplantes, um dos motivos para essa diminuição é o aumento das negativas de parentes de pacientes que poderiam doar órgãos. Em 2021, houve recusa em 85% dos casos elegíveis. Já no ano passado a recusa aconteceu em 45% dos casos. Neste ano, o RN contabilizou, até o mês de junho, dois transplantes renais e 30 de córnea. No ano de 2019, foram realizados 68 transplantes renais, já em 2020 foram 48. Os transplantes de córnea foram 126 em 2019 e apenas 75 em 2020.
De acordo com a médica Rogéria Medeiros, diretora da Central de Transplantes do RN, essa queda aconteceu devido ao isolamento social e atendimento dos familiares dos possíveis doadores que muitas vezes eram feitos por telefone ou chamada de vídeo, o que fez diversas famílias não autorizarem a doação por falta de segurança e de mais informações.
O RN é capaz de realizar transplantes de rins, córneas e medula óssea. Hoje no estado existem cerca de 490 pessoas esperando por doação de córneas e 250 de rins. Segundo a diretora do Centro de Transplantes, a média de tempo de espera na fila para a cirurgia de córnea é de três anos e meio, para a de rins é de dois anos e para a o transplante de medula, o procedimento deve ser feito assim que encontrado um doador compatível.
Pacientes com morte encefálica ficam mantidos no leito através de medicamentos e oxigenação para preservar os órgãos para serem doados. Rogéria Medeiros explica que cada órgão tem um tempo para ser doado.
“As córneas podem ser retiradas em até 6 horas e mantidas em líquido de conservação. Elas podem ficar até seis meses. Já os rins têm 24 horas para serem retirados e em seguida devem ser doados. O fígado tem um tempo de 5 horas entre retirada e doação, para o transplante” diz.
Segundo dados do Ministério da saúde, as cirurgias de transplantes de órgãos e tecidos cresceram 14% de janeiro a julho de 2021 em relação ao mesmo período de 2020, no Brasil. Foram cerca de 9 mil transplantes em 2020 e 10 mil em 2021. Já no ano de 2019 chegou a mais de 13 mil cirurgias.
No RN, regularmente, de acordo com a Central de Transplantes, o maior número de cirurgias é de rins. Contudo, em 2020 e início de 2021, as maiores incidências foram de transplantes de medula óssea. De acordo com dados da Central de Transplantes, o RN está entre os cinco estados com maior incidência de cirurgias de transplantes de medula.
Segundo a diretora do Centro de Transplantes, Rogéria Medeiros, são seis os hospitais responsáveis pela realização desses procedimentos no estado, que são Hospital Rio Grande, São Lucas, Onofre Lopes, Hospital do Coração, Hospital da Visão, Hospital de Olhos de Parnamirim, além das clínicas para a realização de transplantes de córnea que têm parceria com o Sistema único de Saúde (SUS) como a Policlínica e Clínica de olhos de Marcos Reis.
Para se tornar um doador, é necessário comunicar à família. Sabendo que em vida já se tem esse interesse, o momento da decisão familiar é mais fácil. Para doação de medula óssea, esse procedimento pode ser feito em vida. A médica Rogéria Medeiros explica que é só ir ao Hemonorte e será feita uma triagem para a coleta de sangue. A partir de então, são feitos exames e então você entra para o banco de potenciais doadores.
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