Neste ano, até junho, 365 afastamentos temporários por incapacidade psiquiátrica foram concedidos pela Polícia Militar do RN. Em média, são 60 afastamentos por mês, o que corresponde a dois por dia. Trocas de tiros com criminosos, medo de morrer e pressões hierárquicas, aliadas à falta de estrutura e efetivo, são pontos que, segundo agentes e especialistas, mexem com a saúde mental dos policiais militares, o que dificulta a vida dos guardas e, em alguns casos, leva ao afastamento temporário desses profissionais.
Segundo o porta-voz da Polícia Militar no Rio Grande do Norte, Major Marcelo Litwak, os motivos para afastamentos são os mais diversos possíveis, desde um trauma na rua pós-confronto, desentendimentos pessoais, entre outros, e que os distúrbios psiquiátricos são inerentes ao policial militar. O Major explica ainda que a licença é um direito dos agentes, assim como férias, licença paternidade, entre outras.
PM não possui psiquiatras em seus quadros
A Polícia Militar do RN, em seu efetivo de 8.239 agentes, não dispõe de nenhum psiquiatra na Junta Policial Militar da Saúde (JPMS). O último psiquiatra existente na PM foi reformado. Em maio de 2020, a Justiça do RN obrigou o Estado a promover um concurso público para o quadro de oficiais de saúde da Polícia Militar. A decisão partiu após pedido do Ministério Público, que chegou a requerer a contratação de 5 psiquiatras e 12 psicólogos no concurso. O prazo para os afastamentos depende dos atestados médicos e de sua homologação, segundo a PM.
O prazo dado ao Estado para realização do concurso foi de dezoito meses para preenchimento dos cargos. Quanto ao quantitativo de vagas, o judiciário determinou 90 oficiais de todas as patentes para o quadro de oficiais e 125 praças para o quadro de praças. Por lei, a diretoria de saúde da PM deveria ter 180 agentes, mas só possui atualmente cerca de 60.
Foto: Demis Roussos/Governo do RN
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