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sexta-feira, 22 de outubro de 2021

SHELL DISCUTE SOLUÇÕES COM PESQUISADORES DO IS-ER, NO RN, DE OLHO NO SETOR EÓLICO.

A Shell, maior multinacional de energia em operação no Brasil, desembarcou no Rio Grande do Norte esta semana em busca de soluções de P&DI – Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação – em uma das frentes de expansão em que está de olho no país: a eólica offshore (no mar).

“O objetivo é conhecer a experiência do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) em contribuição para o desenvolvimento tecnológico da área, agora que estamos publicamente posicionados também como empresa de geração de energias renováveis e não apenas de óleo e gás”, disse a gerente de Programa de Tecnologia para Soluções de Energia e Descarbonização da companhia, Camila Brandão, fazendo referência ao lançamento da Shell Energy Brasil, em setembro deste ano.

Em comunicado público sobre o lançamento, a empresa informou à época que a nova marca vai produzir e comercializar energia elétrica limpa por usinas solares e eólicas, e energia de baixo carbono por térmicas a partir do gás, além de oferecer produtos ambientais como Certificados de Energia Renovável e compensações de carbono.

É um passo, segundo a Shell, dentro do que chama de “ambiciosa meta de zerar as emissões líquidas da empresa até 2050” e que já inclui, por exemplo, investimentos anunciados em geração de energia solar.

“A empresa está fazendo uma migração gradual do seu portfólio, que não significa que vai eliminar a produção de óleo e gás, mas que pretende expandir a geração de energia elétrica no país e isso inclui a energia renovável em uma grande extensão. A meta é abater todas as emissões (de gases do efeito estufa) da empresa até 2050, desde as oriundas da própria operação até aquelas do consumo dos seus produtos pelos clientes”, disse Camila.

As declarações foram dadas após visita aos laboratórios do ISI-ER e conversa com a equipe de P&D em energia eólica do Instituto, em um tour técnico em que esteve acompanhada do gerente geral de Tecnologia da Shell no Brasil, Olivier Wambersie, e da gerente de Programa de Tecnologia Subsea and Topsides da companhia, Rosane Zagatti.

P&D

Com caneta e papel em mãos, os executivos mergulharam durante uma manhã inteira em dados levantados pelo Instituto e em mapas que mostram o potencial já conhecido do setor eólico no Rio Grande do Norte, o maior produtor desse tipo de energia em terra no país e o que mais tem investimentos previstos. As respostas que a equipe tem e busca sobre a possível geração do país no mar também entraram em destaque na pauta do encontro.

O ISI-ER, referência da rede de Institutos SENAI de Inovação no Brasil em energia eólica, solar e sustentabilidade, foi a primeira instituição no país a medir em campo o potencial de geração eólica offshore, a energia com parques eólicos instalados no mar.

O setor é objeto de estudos dos pesquisadores do SENAI-RN há mais de 10 anos e, para investidores dessa indústria, começa a despontar com força como possibilidade de negócio. Para se ter ideia, só até agosto, 23 projetos estavam com processos de licenciamento ambiental abertos no Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), distribuídos em sete estados, principalmente na região Nordeste. Eles somam uma potência total de 46,63 Gigawatts (GW) – mais que o dobro da capacidade total instalada atualmente em parques eólicos em terra no país, que segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), chega a 19,1 GW.

A Shell ainda não está nessa lista de investidores, mas os planos estão em desenvolvimento de olho especialmente no offshore. A companhia não revela ainda quais seriam as regiões preferenciais para possíveis investimentos. O momento, segundo Camila, é de “coleta de informação” e de acompanhamento das movimentações no mercado.

Agora RN.                                           
Gilvan Rodrigues Leite (Gestor Público e Ambiental Aposentado).

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