A criação do Imperial Instituto Bahiano de Agricultura em 1859 está inserida no contexto de uma política de recuperação da agricultura em crise, provocada na área de produção por problemas de mão de obra, capitais e atraso tecnológico, e na área de circulação pela retração do mercado internacional e conseqüente diminuição do preço do açúcar.
Os proprietários de engenhos de açúcar localizados no Recôncavo baiano, representantes da aristocracia rural, alguns dos quais titulares do Império, como Antônio de Araújo de Aragão Bulcão, Barão de São Francisco, estavam alarmados com a crise que atingia, principalmente, a grande lavoura canavieira
Para eles, os motivos da decadência da lavoura decorriam, principalmente, da falta de profissionais capazes de instruir os trabalhadores nos métodos já de há muito instituídos em outros países, em substituição aos adotados pelos proprietários e feitores quando do arroteamentodo solo, escolha de sementes e aproveitamento dos subprodutos.
Esse sentimento encontrou ressonância na atitude do Imperador, que, ao visitar a Bahia, convocou as associações de classe ligadas à lavoura, indústria, comércio e capital para debaterem a difusão do ensino agronômico. Desta forma, em meio à aristocracia e figuras ligadas ao comércio, nascia o Imperial Instituto Bahiano de Agricultura, criado pelo Decreto nº 2.500-A, de 1º de novembro de 1859.
Inaugurava-se assim a mais antiga escola superior de agricultura da América do Sul-predecessora da atual Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
Em 1877 eram 57 os alunos matriculados, sendo 19 no curso superior de agronomia e 38 no elementar. Dos vinte alunos matriculados no curso superior de agronomia no ano da inauguração da escola, apenas dez se formaram no dia 23 de janeiro de 1881. Defenderam tese e receberam o título de engenheiros-agrônomos. Eram os primeiros agrônomos formados no Brasil. Desde a sua fundação, em 1877, até 1904, a Escola Agrícola da Bahia teve 380 alunos matriculados e diplomou 377. (Colaboração:- AHM). Compartilhe.
Gilvan Rodrigues Leite (Gestor Público e Ambiental Aposentado).
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