Faltam menos de 30 dias para a realização da Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada (EXPOFRUIT) 2021. Uma questão que vamos precisar explicar para os nossos visitantes é como a região polarizada por Mossoró conseguiu se tornar competitiva no negócio de frutas tropicais ao ponto de conquistar mercados exigentes como o dos EUA e da União Europeia.
O sucesso da nossa agricultura irrigada passa por muitas mãos, mas não podemos esquecer do pioneirismo de empresas como a MAISA, Frunorte, Agro Now, Fazenda São João e o grupo dos japoneses que saiu de São Paulo para Petrolina e depois veio para a região de Baraúna.
Esam, que viria a se transformar na Ufersa, foi referência importante na revolução da fruticultura irrigada (Foto: Web)
Muitas pessoas perguntam quais as razões do sucesso da agricultura irrigada nas microrregiões do Médio Jaguaribe (CE) e Médio Oeste (RN) e outras circunvizinhas. No início dos anos 80, havia apenas uma agroindústria de sucesso na fruticultura, a MAISA (Mossoró Agroindustrial SA) que cultivava caju.
Na microrregião do Vale do Rio Açu (RN), as experiências com a fruticultura estavam apenas se iniciando, pois a região apresentava sérias limitações com água, o que melhorou a partir da inauguração da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves no ano de 1982. Nas microrregiões do Médio Jaguaribe (CE) e Médio Oeste (RN), não havia experiências de êxito ligadas à atividade de produção de frutas irrigadas.
O papel da ESAM
Sem querer atribuir o sucesso unicamente aos esforços da então Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM), hoje, Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), é preciso reconhecer que, obrigatoriamente, esta instituição teve importância ímpar no processo.
Em 1979, a direção da antiga Esam conseguiu aprovar, juntamente com mais cinco universidades do Nordeste, que tinham competência instalada na área de Ciências Agrárias (UFC, UFPI, UFRPE e UFPB), um importante projeto de desenvolvimento tecnológico dentro do Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Nordeste (PDCT). A instituição foi contemplada com recursos da ordem de 45 milhões de dólares por um período de cerca de seis anos.
Os recursos eram provenientes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Governo Brasileiro, através do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) na proporção de 1:1. Foi o maior projeto da história dessa instituição de ensino superior. Os principais benefícios para o desenvolvimento da nossa instituição foram esses:
Contratação de 110 profissionais de nívelmédio e superior (laboratoristas, engenheirosagrônomos, trabalhadores de campo, motoristas, técnicos de informática e técnicos agrícolas);
Construção dos Laboratórios de Água, Solos e Hidráulica;
Construção da Biblioteca Central Orlando Teixeira;.
Aquisição de inúmeros equipamentos científicos de apoio à pesquisa;.
Ampliação do Laboratório de Sementes;.
Ampliação dos Laboratórios de Alimentos;.
Instalaçãode módulos demonstrativos de irrigação nos municípios de Touros, João Câmara, Mossoró, Baraúna, Gov. Dix-Sept Rosado, Pau dos Ferros, São Miguel, Zé da Penha e Rafael Fernandes. Os módulos eram instalados em áreas particulares, após rígido trabalho de seleção dos beneficiadosfeitopelos pesquisadores.
Experimentos da Esam
A instituição instalou experimentos de pesquisa em várias microrregiões do Estado. Cada módulo demonstrativo era composto de uma área irrigada (2 a 4 hectares de fruteiras – banana, mamão, goiaba, graviola e maracujá), apicultura, sequeiro (capim buffel) e caprinos (10 matrizes e um reprodutor). Após três anos de instalação dos módulos, eram feitas avaliações. A área de sequeiro mostrou-se ineficiente. A única área de sequeiro que revelou bom rendimento para o produtor foi o plantio de abacaxi no município de Touros (RN)."
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