O abandono de prédios no bairro da Cidade morre Alta, na zona Leste de Natal, vem preocupando moradores e comerciantes da região. Os relatos são de crescente da violência e da insegurança, com deterioração das estruturas, saques constantes, brigas e uso de drogas. Segundo apurou a reportagem da TRIBUNA DO NORTE, a queixa da população do local se concentra em três edifícios principais, que ficam no entorno da Praça Padre João Maria, na Rua João Pessoa: a antiga Loja Leader, a antiga sede do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e o espaço onde funcionava o Centro Público de Emprego, Trabalho e Renda, da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social de Natal (Semtas).
Desativado há quase quatro meses, pouca coisa restou do prédio azul de quatro andares, que abrigava o centro público da Semtas.
Na parte de dentro, há lixo por todos os andares.
Fios, gesso, teto, lâmpadas, cabos e canos foram saqueados.
A porta principal foi arrancada, o que facilita saques e a entrada de pessoas que utilizam o espaço para o consumo de drogas, de acordo com moradores da região. “Aqui está assim, tudo abandonado e a gente fica com medo porque faz tempo isso e ninguém faz nada. É um descaso total, as pessoas têm medo de vir aqui e com razão. Isso afasta cliente, turista, tudo”, afirma Marcondes Pinheiro, que abriu um restaurante na esquina há nove meses.
De acordo com a Prefeitura de Natal, o prédio é patrimônio da Caixa Econômica federal e foi devolvido ao órgão em 30 de julho deste ano. Em 31 de agosto passado, o Executivo local inaugurou o Centro Municipal de Trabalho e Empreendedorismo, na avenida Presidente Bandeira, no Alecrim. O espaço abriga os serviços antes concentrados nos dois centros municipais de Trabalho Emprego e Renda, que funcionavam na Cidade Alta e no próprio Alecrim. A TN questionou a Caixa Econômica Federal sobre o que será feito no prédio abandonado. A Caixa informou que só irá se pronunciar nesta quarta.
Para os comerciantes, o quadro se agravou durante o período mais crítico da pandemia de covid-19. “Mais pessoas passaram a morar aqui, invadir esses locais.
A situação está um absurdo. Colocaram esses tapumes na frente, mas eles já tiraram. Colocaram uma cerca, mas estão tirando também porque estão usando o local como banheiro. Aqui na rua o fedor de fezes é grande. Você vê aqui do lado o Beco da Lama sendo reformado e aí é um descaso. É muito complicado porque isso afasta o cliente e a imagem para o bairro, que é histórico, é péssima”, diz Amanda Lisboa, que trabalha em uma loja de discos, na frente da antiga Loja Leader.
O local está isolado desde o começo da pandemia, no primeiro semestre do ano passado. Desde então, vem sendo ocupado por pessoas em situação de rua, que utilizam o espaço como banheiro a céu aberto.
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