A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou que houve diminuição na procura pela primeira dose da vacina contra a Covid-19 no Brasil desde o mês de setembro. De acordo com a fundação, notou-se que, a partir de outubro, o crescimento tem sido constante e próximo de zero, variando, num intervalo de 25 dias, entre 71,03 e 73,27%. Os dados constam no Boletim Observatório Covid-19 e foram divulgados nesta sexta-feira (12).
A estimativa se refere à população total, já que as crianças não estão incluídas nos critérios de elegibilidade para a vacinação.
Para acelerar a imunização com a primeira dose, a Fiocruz recomenda que sejam adotadas novas estratégias, além da exigência do chamado “passaporte vacinal”.
A fundação também chama a atenção para o aumento de casos e óbitos por Covid-19 na Europa e na Ásia Central, mesmo em locais em que a cobertura vacinal já se encontra em patamares elevados. Os casos graves da doença têm se concentrado entre grupos não vacinados, especialmente em países com baixa cobertura vacinal.
Diante deste novo cenário, pesquisadores colocam em pauta o debate sobre a necessidade de manutenção das medidas de distanciamento físico e de proteção individual no Brasil e ressalta a desaceleração do ritmo de vacinação de primeira dose contra a Covid-19 no Brasil.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), na última semana de outubro, a Europa e a Ásia Central foram responsáveis por 59% de todos os casos e 48% dos óbitos registrados no mundo inteiro. Com quase 1,8 milhão de novos casos e 24 mil novas mortes relatadas, ambos os continentes viram um aumento de 6% e 12%, respectivamente, em comparação com a semana anterior. Ainda de acordo com a OMS, se for mantida esta tendência, essas regiões poderão registrar mais meio milhão de óbitos por Covid-19 até 1º de fevereiro de 2022. O sistema de saúde de 43 países pode entrar em colapso.
Segundo os pesquisadores responsáveis pelo Boletim da Fiocruz, embora os dados recentes no Brasil indiquem a manutenção da tendência de queda dos indicadores monitorados desde o início da pandemia, é importante destacar que a doença não acabou e que o risco de recrudescimento permanece com a proximidade da temporada de festas e de férias, devido a maior circulação de pessoas.
Para os cientistas da fundação, a mitigação da pandemia requer o aumento da cobertura vacinal associada a demais estratégias, portanto, medidas de flexibilização. “Isto se dá não só pela baixa adesão da população, mas, especialmente, pela falta de incentivo da gestão governamental para sua adoção”, destaca trecho do boletim.
A Fiocruz defende que é fundamental alcançar o patamar de 80% de cobertura vacinal completa da população total – que hoje é de 55%.
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