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sexta-feira, 19 de novembro de 2021

"RN REGISTRA AUMENTO DE 13,03% NO NASCIMENTO DE BEBÊS PREMATUROS, APONTA ISD - INSTITUTO SANTOS DUMONT".

O número de nascimentos de bebês prematuros aumentou 13,03% no Rio Grande do Norte ao longo de 2020. Esse índice é superior ao nacional, que gira em torno dos 11%, e coloca o Brasil na lista dos 10 países em todo o mundo com o maior quantitativo de partos prematuros.

Conforme dados da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN) analisados pelo Instituto Santos Dumont (ISD), foram registrados 5.571 nascidos vivos prematuros em 2019 contra 5.673 no ano seguinte.

O bebê é considerado prematuro, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), quando nasce antes da 37ª semana de gravidez.

O Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi (Anita), uma das unidades do ISD em Macaíba, é referência na saúde materno-infantil com a disponibilização de atendimento de equipe multiprofissional - ginecologista e obstetra, pediatra, neurologista, fisioterapeuta, entre outras especialidades. Foi nele que Renata Regia Costa, 18 anos, mãe de Kaleb Noan Moura da Silva, de seis meses, fez o pré-natal. Ela é moradora da comunidade quilombola Capoeiras, pertencente ao município macaibense.

Na 32ª semana de gestação ela contraiu Covid-19 e passou por um grande susto. “A minha gestação foi super tranquila. Nunca senti nada de anormal no período. A surpresa veio com a saída do líquido amniótico e depois, as contrações. O líquido começou a sair pela manhã e, à noite, as dores que culminaram no parto cesárea”, relembra a mãe de primeira viagem. Ela começou a ter os sintomas da Covid-19 pelo menos uma semana antes do parto, realizado às pressas. A equipe médica que a atendeu no Hospital Regional Dr. Alfredo Mesquita Filho, em Macaíba, acredita que a doença tenha provocado as contrações fora do período convencional.

“Tive um grande susto. Ele não chorou quando nasceu e estava roxo”, diz a mãe. Kaleb nasceu com 2,2kg e 39 centímetros. “Ele cabia na palma da minha mão”, relembra Renata Régia. Hoje, pouco mais de seis meses passados, mãe e filho estão mais conectados do que nunca e saudáveis. Kaleb faz acompanhamento pediátrico no Anita e seu desenvolvimento é considerado satisfatório para uma criança nascida antes do tempo. Kaleb deveria ter nascido em junho, mas sua chegada ao mundo ocorreu quase dois meses antes, em abril.

A preceptora médica ginecologista obstetra do ISD, Sandrégenes Maia, aponta que o número de nascimentos de bebês prematuros no Rio Grande do Norte pode ter crescido em virtude do acompanhamento pré-natal inadequado, somado às imposições de distanciamento social em razão do coronavírus.

“Com a pandemia, as mulheres grávidas sentiram medo de sair de casa. O pré-natal acabou sendo ainda mais prejudicado. Além disso, um pré-natal inadequado e a ausência de equipes de profissionais completas nas Unidades Básicas de Saúde, podem ter contribuído para esse aumento. Nós alertamos que o pré-natal é o momentos mais importante da gestação, pois é quando conseguimos diagnosticar alterações maternas e fetais que exigem, muitas vezes, um acompanhamento mais próximo, algumas medidas intervencionistas e tratamento em tempo oportuno para evitar complicações, como o parto prematuro e suas consequências, dentre elas a mortalidade infantil que tem como principal causa no Brasil, a prematuridade”, adverte a especialista.

Entre as sequelas da prematuridade, há o atraso no desenvolvimento, ganho de peso inadequado, sedentarismo, obesidade, anemia. (GRUPO CIDADÃO 190).                                                                                              Compartilhe.                     
Gilvan Rodrigues Leite (Gestor Público e Ambiental Aposentado).

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