Dados da Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC) apontam que cerca de 42 milhões de brasileiros sofrem os efeitos da calvície, o que representa pouco mais de 20% da população. Com o grande número de pessoas afetadas pela perda de cabelo, cresce a procura por procedimentos para corrigir falhas e recuperar os fios. Em Natal, a procura por transplante capilar cresceu até 50% neste ano em comparação com 2020. Os homens são os principais interessados no tratamento, que devolve os cabelos para as regiões frontal da testa e do topo da cabeça.
Há ainda tratamentos medicamentosos que bloqueiam a queda e estimulam o crescimento do cabelo, mas que, segundo especialistas, são indicados especialmente para casos leves de calvície. Técnicas cada vez mais avançada renovaram o transplante capilar e inauguraram uma nova “era” neste segmento cirúrgico em 2015, segundo o cirurgião plástico Glauber Carvalho. A evolução trouxe um visual mais natural com um preenchimento que evita o aspecto “cabelo de boneca” nos transplantados. O médico especialista em transplante capilar começou a atender na capital potiguar em 2017 e desde então já contabiliza cerca de duas mil cirurgias de recuperação capilar.
“As pessoas começaram a ver um resultado muito mais natural e de uma forma mais intensa. Elas estão vendo os amigos sendo operados e elas começam a acreditar mais no resultado do transplante. O transplante capilar está dando um resultado muito melhor. Porque era normal antigamente o paciente operava duas, três vezes e o resultado não era bom. Hoje as pessoas estão vendo que em uma cirurgia acabou a calvície. O problema é resolvido. A gente teve um aumento de 50% de um ano para o outro aqui na clínica, então a procura vem aumentando”, afirma o médico.
Os valores variam de R$ 10 mil a R$ 25 mil e são baseados nas condições de avanço da calvície de cada paciente. A contraindicação é para pessoas que tomam algum tipo de medicamento anticoagulante ou que possuem condição severa de cardiopatia. Já a idade dos transplantados pode variar de 20 a 77 anos. Embora seja um procedimento caro, há cinco anos o transplante de cabelo era ainda mais salgado e chegava a custar entre R$ 50 mil a R$ 60 mil, sem atendimento no Rio Grande do Norte.
“O valor se tornou mais acessível. Hoje a gente consegue, com anestesia local, fazer valores em que a gente está operando trabalhadores rurais e algumas pessoas que antigamente não teriam acesso nenhum ao transplante. Lógico que os transplantes maiores, com anestesia e sedação, eles agregam ao valor. Quando a gente utiliza também outros tipos de técnicas isso pode encarecer um pouco, mas ainda são acessíveis. Antigamente as pessoas iam para outro estado fazer. Se costumava dizer que a pessoa tinha um carro zero na cabeça” acrescenta o médico Glauber Carvalho, que também é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
A calvície é um nome popular para um problema capilar chamado alopécia androgenética, muito comum nos homens que ocorre por uma série de fatores, como hereditariedade e funcionamento dos hormônios. A alopeécia também pode ser causada por fatores autoimunes ou emocionais, dermatites, feridas, cicatrizes e uso de medicamentos. O transplante capilar propõe transferir folículos — estruturas que abrigam a raiz dos fios de cabelo — das regiões lateral e da nuca para a parte afetada pela calvície. Vale lembrar ainda que o transplante é diferente do implante, que é quando colocamos algo sintético no organismo.
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