Dados da Federação Internacional de Diabetes mostram que houve um aumento de 16% na incidência de diabetes na população mundial nos últimos dois anos. No Brasil, segundo a SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), a doença atinge cerca de 16,8 milhões de pessoas.
Praticar exercícios regularmente e manter uma alimentação saudável estão entre as principais formas de prevenir e controlar o diabetes (especialmente o tipo 2), que se não for corretamente tratado, em longo prazo, pode gerar problemas de visão, renais e cardiovasculares —pessoas com a doença têm duas vezes mais risco de ter doenças cardíacas ou AVC, quando comparado a pessoas sem diabetes.
Um estudo recente publicado no The Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism sugere que não é apenas o tipo de alimentos que as pessoas com diabetes consomem que pode afetar a saúde, como também o momento do dia em que elas comem.
Para avaliar a possível ligação entre o horário das refeições e os resultados de saúde, pesquisadores usaram a base de dados da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição de 4.600 pessoas com diabetes. Os pesquisadores não apenas analisaram o que os participantes relataram comer, mas também os horários do dia em que fizeram suas refeições. Dessa forma, quando os pesquisadores analisaram todos os dados, dois pontos se destacaram:
•Pessoas que consumiam batatas ou vegetais ricos em amido (mandioca, mandioquinha) pela manhã, grãos integrais à tarde e vegetais escuros (rúcula, couve brócolis) e/ou leite à noite eram menos propensos a desenvolver doenças cardíacas (que acarretavam em morte).
•Pessoas que consumiam carne processada como parte de suas refeições noturnas eram mais propensas a desenvolver doenças cardíacas (que acarretavam em morte).
Como conclusão dos pesquisadores, as diretrizes nutricionais e estratégias de intervenção futuras para diabetes devem conter também o horário de consumo dos alimentos.
O que sabemos é que muitas pessoas com diabetes tentam planejar cuidadosamente sua dieta. Elas podem até ficar hiperfocadas em quais alimentos são saudáveis e quais devem evitar. Entretanto, pessoas com diabetes não podem achar que focar somente no horário das refeições possa ser uma solução.
Precisamos entender que esse estudo é outro caminho a ser desbravado, que auxiliará muito na combinação do que consumir e do horário do consumo. Por isso, sempre é necessário realizar mais e mais pesquisas que auxiliem nessa comprovação para que os profissionais possam ter tranquilidade de fazer uma orientação embasada.
Enquanto os pesquisadores discutem sobre o tema e analisam os melhores caminhos para novos estudos, pessoas com diabetes precisam entender que organismo diferentes reagem de maneiras diferentes a alimentos, macronutrientes e estratégias. O melhor a se fazer, sempre, é dar um passo para trás e considerar grupos de alimentos, padrões alimentares, deficiências ou excessos de nutrientes; horário das refeições, métodos de preparação de alimentos, prazer alimentar, atividade física, estresse, sono e assim por diante. Dessa forma, fica evidente a importância de um atendimento multi e interprofissional.
O que podemos tirar de proveito nesse estudo é que as descobertas aumentam a importância de coordenar as refeições com nosso relógio biológico —um dos muitos fatores que influenciam a saúde a longo prazo.
É superimportante comer regularmente e realizar refeições e lanches balanceados, que combinem carboidratos complexos com proteínas e gorduras, pois isso auxilia a manter a glicemia estável.
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