O deputado federal bolsonarista General Girão (PSL) tentou intimidar o jornalista potiguar de Mossoró Bruno Barreto por denunciar participação do parlamentar em ato antidemocrático. A manifestação foi realizada no Dia do Trabalhador e da Trabalhadora (1º de maio), contra as medidas de prevenção à covid-19, promovendo aglomerações e com o mote “eu autorizo, presidente”, pedindo golpe de Estado.
Girão é investigado desde junho de 2020 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), apontado como financiador de protestos que atentam contra a democracia com recursos declarados como “divulgação de mandato parlamentar”. Bia Kicis (PSL-DF), Aline Sleutjes (PSL-PR) e Guiga Peixoto (PSL-SP) também são alvos da mesma investigação.
“O deputado General Girão não gostou porque critiquei ele por em vez de se preocupar com o povo em plena pandemia foi promover manifestação golpista. Reitero tudo que escrevi e digo ao general que não estou no quartel dele para seguir suas ordens”, denunciou o jornalista em seu perfil pessoal no Facebook.
O texto ao qual se refere é o artigo “General Girão: o deputado que está mais preocupado em dar golpe de estado do que em salvar vidas”, publicado no Blog do Barreto sábado (8).
De acordo com Bruno, no fim da tarde da quarta-feira (12) um advogado do deputado lhe deu prazo para que se retratasse sob pena de ser processado.
“Recebi uma intimidação extrajudicial por parte do advogado do deputado federal General Girão (PSL) dando um prazo de 72 horas para que eu me retrate sob pena de ter que ‘arcar com as providências cabíveis’, leia-se me processar”, contou.
Para Bruno, o papel que chegou em sua casa sem envelope, tem o objetivo de ameaçá-lo. Segundo o comunicador, alguém lhe telefonou em nome da dentista Angela Schneider, que foi candidata a vereadora e é ligada a Girão, a fim de entregar uma “correspondência”.
“Bastava enviar um direito de resposta”, reclamou, ao lembrar que sempre teve boa relação com o deputado, inclusive abrindo espaço para publicação de artigos aos finais de semana.
“Não tenho nenhum problema pessoal. Sempre me dei bem com ele, checava informações e publicava artigos dele. Meu blog é do campo progressista mas é muito aberto, publico artigos de várias tendências aos domingos”, ressaltou.
Apesar disso, Bruno considera o comportamento político de Girão inaceitável e que merece ser denunciado. Ele diz ainda que atua há 18 anos em redações jornalísticas e nunca foi processado mas que “adoraria ser por defender a democracia e a saúde das pessoas”.
“Se ele me processar, você acha que algum juiz iria me condenar por criticar Girão por agir contra o Judiciário, pedindo o fechamento do STF?”, questiona, avisando que está recebendo apoio de colegas, políticos e advogados e ainda que o o blog está aberto para que o general se manifeste.
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