Brites de Albuquerque foi uma nobre portuguesa, esposa de Duarte Coelho, o primeiro donatário da Capitania de Pernambuco. Após a morte do marido, assumiu o governo da capitania e ficou conhecida como “A Primeira Governante das Américas”. Nasceu em Portugal_Lisboa, por volta de 1517. Filha de Lopo de Albuquerque e de Joana de Bulhões descendia de Afonso Sanches, filho bastardo do rei Dom Diniz. Foi dama do Paço Real. Conheceu o chefe militar e fidalgo Duarte Coelho, famoso por suas expedições marítimas na China, Índia, África e Brasil, e casaram-se por volta de 1533.
Em 1534, o rei de Portugal D. João III determinou o povoamento do Brasil, a nova colônia portuguesa, criando as “Capitanias Hereditárias” e as distribui entre seus fidalgos. No dia 10 de março de 1534, Duarte Coelho recebe a Capitania de Pernambuco, conforme a “Carta de Doação da Capitania de Pernambuco a Duarte Coelho”, cujo original está no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Lisboa, Portugal. Chegada a Capitania de Pernambuco.
Brites de Albuquerque chegou à região costeira de Pernambuco no dia 9 de março de 1535 acompanhando seu marido Duarte Coelho. No local já encontraram um pequeno povoamento instalado para extração do pau-brasil. Acompanhando Duarte Coelho e Dona Brites vieram alguns familiares, entre eles o irmão de Dona Brites, Jerônimo de Albuquerque, agregados, amigos, enfim, o séquito de um grande senhor da época.
Dona Brites e toda a comitiva desembarcou no extremo norte da capitania instalando-se nas margens do rio Santa Cruz, onde já havia algumas casas de madeira, uma precária fortaleza e alguns índios já integrados ao povoamento. Procurando um local para se estabelecer definitivamente, Duarte Coelho subiu o rio em 27 de setembro de 1535 fundou a primeira vila de sua capitania, “Santos Cosme e Damião”, onde instalou um marco de pedra que serviu de divisória entre as capitanias de Itamaracá e Pernambuco. Na vila, hoje a cidade de Igarassu, foram construídos vários prédios, entre eles o da Igreja de São Cosme e Damião, a primeira igreja do Brasil. Coube a Jerônimo de Albuquerque a expulsão dos índios que viviam na região. Em busca de um local mais seguro, a vila de Santos Cosme e Damião foi entregue ao colono André Gonçalves, que manteve a plantação para consumo e depois iniciou a agricultura comercial.
Navegando para o sul, Duarte Coelho chegou à foz do rio Beberibe e cerca de 10 quilômetros para o interior, em um morro com uma bela vista, local denominado pelos índios de “Marim”, funda a vila de Olinda que passou a ser a capital de Pernambuco. Na parte mais alta, manda construir a Igreja do Salvador, onde hoje se situa a Sé de Olinda. Morando na vila de Olinda, Dona Brites teve seus dois filhos Duarte de Albuquerque Coelho e Jorge de Albuquerque Coelho.
O pau-brasil constituiu um dos produtos de enriquecimento da capitania, mas a plantação da cana-de-açúcar e a instalação de engenhos acelerou o desenvolvimento da região. O primeiro engenho construído de Pernambuco em 1542 foi o de “Nossa Senhora da Ajuda”, depois “Forno da Cal”, em Olinda, de propriedade de Jerônimo de Albuquerque.
Em 1554, a fim de tratar de assuntos importantes para a construção de engenhos, Duarte Coelho viaja para Lisboa, deixando no governo de Pernambuco, Dona Brites ajudada pelo irmão Jerônimo de Albuquerque. Leva com ele seus filhos para estudarem na Europa.
No dia 7 de agosto de 1554 morre Duarte Coelho, e na ausência dos filhos, Dona Brites permanece no governo. Em 1560 seus filhos regressam para o Brasil. Em 1561, com a maioridade, Duarte Coelho de Albuquerque assume o governo da capitania, como o segundo donatário. Em 1571, depois de pacificar a capitania, o donatário retorna para Portugal, junto com seu irmão Jorge, onde são incorporados à armada do rei D. Sebastião, deixando mais uma vez, Dona Brites no comando de Pernambuco. Em 1573, Jorge retornou para Pernambuco, para, em nome do irmão governar a capitania, permanecendo na mesma até 1576, quando retornou ao Reino. Em 1578, à frente do exército real, na batalha de Alcácer Quibir, no Marrocos, o rei D. Sebastião e Duarte de Albuquerque Coelho terminaram mortos. Com a morte do irmão, Jorge retorna a Pernambuco e torna-se o donatário da capitania. Em 1584 morre Brites de Albuquerque.
Nenhum comentário:
Postar um comentário