Enquanto outros animais colossais desapareceram com as mudanças climáticas ao longo dos milênios, as sucuris gigantes conseguiram sobreviver e manter seu porte monumental. A descoberta ajuda a entender como essas serpentes se tornaram um dos predadores mais formidáveis da América do Sul.
ANACONDAS GIGANTES DESDE O MIOCENO.
Estudos baseados em 183 vértebras fossilizadas revelam que as anacondas já atingiam grandes dimensões há cerca de 12,4 milhões de anos, no período conhecido como Mioceno Médio e Superior. As sucuris modernas, como a sucuri-verde (Eunectes murinus), seguem a mesma tendência:- atingem de 4 a 5 metros em média, podendo chegar a impressionantes 7,2 metros em casos raros.
A equipe de pesquisadores analisou fósseis pertencentes a pelo menos 32 serpentes antigas. O resultado surpreendeu: não há evidências de que elas tenham sido significativamente maiores no passado, mesmo vivendo em um mundo mais quente e abundante em recursos. Segundo os cientistas, isso mostra que o corpo gigante das sucuris surgiu muito cedo e se manteve estável.
“Descobrimos que as sucuris desenvolveram um grande porte corporal logo após seu surgimento na América do Sul tropical, há cerca de 12,4 milhões de anos, e seu tamanho não mudou desde então”, explica o pesquisador Andrés Alfonso-Rojas, líder do estudo.
UM CONTINENTE DE GIGANTES. Os fósseis foram encontrados em uma formação arqueológica da Venezuela que, entre 12,4 e 5,3 milhões de anos atrás, era um vasto sistema de zonas úmidas. Lagos rasos, canais, florestas alagadas e pântanos dominavam o norte da América do Sul, criando o ambiente ideal para o surgimento de répteis colossais.
Nesse mesmo período viviam o jacaré-açu gigante (Purusaurus), com cerca de 12 metros, e a tartaruga Stupendemys, que chegava a mais de 3 metros. O clima mais quente e a fartura de presas impulsionavam a evolução de animais de grande porte, estabelecendo um ecossistema dominado por predadores impressionantes.
As sucuris, apesar de gigantes, não eram exceção. A abundância de alimentos permitia que atingissem e mantivessem longos comprimentos, desenvolvendo força e resistência que impressionam até hoje. Esse ambiente rico explica por que tantas espécies atingiram tamanhos tão extraordinários durante o Mioceno.
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