O herdeiro da coroa brasileira chegou a ser analisado por Sigmund Freud na Áustria.
A Família Imperial e o Brasil Monarquia como um todo sofreu impiedosamente e violentamente quando a Ditadura Militar foi instalada através de militares financiados pelos barões do café que começaram a odiar a família imperial e a forma de governo que os prejudicaram imensamente a partir
da proibição do trafico de negros em 1850 , a Lei do Ventre Livre em 1871 assinada pela princesa Isabel , que anos depois também assinou a Lei Áurea em 1888 , foi o estopim para os cafeicultores escravocratas.
Financiaram republicanos iludidos e a força armada do exército, em menos de seis horas, no dia 15 de novembro de 1889 na calada da madrugada a família foi posta em uma embarcação sem preparações e levando quase nada de seus bens particulares.
Mas um sujeito em particular provavelmente absorveu o maior impacto emocional: o príncipe Pedro Augusto de Bragança Saxe e Coburgo, na época com 23 anos, primogênito da princesa Leopoldina( filha mais nova de Pedro II ).
O Choque foi tamanho que ele chegou a ser tratado por Dr. Freud e discípulos de Alan Kardec ( que foi amigo íntimo de Pedro II ).
Considerado na época bonito, muito culto e refinado, Pedro Augusto havia sido criado para substituir o avô, Pedro II, no trono brasileiro.
Mesmo sendo filho de Leopoldina. Isso porque todos achavam que a princesa Isabel e o conde d’Eu eram estéreis e não conseguiriam conceber um filho – rebento que seria o primeiro na linha sucessória.
No entanto, dez anos depois da união do casal, nasceu Pedro de Alcântara.
Foi duro para Pedro Augusto, mas o sonho ainda não acabara.
Os tios do menino não despertavam a simpatia da aristocracia escravocrata. Isso porque Isabel e seu marido eram odiados por serem abertamente abolicionistas e atuarem com ênfase na causa .
Conde D’eu não era muito popular por ser francês e compartilhar de ideias a frente de seu tempo, ainda existia o Machismo de se ter uma futura monarca mulher.
Além disso, o príncipe acreditava que o avô manifestaria seu apoio a ele pois era claro a predileção no aspecto sentimental.
Ele gostava muito de ciências naturais, principalmente de mineralogia. O príncipe publicou livros e fez várias apresentações sobre o assunto, inclusive na Academia Francesa.
Se tivesse condições normais, poderia ter se tornado um mineralogista bem-sucedido.
Após 1889 com o golpe militar e a forma violenta que foi expulso, seus surtos psicóticos, que faziam algum tempo presentes aumentaram as tensões que enfrentava, se agravando ao ponto da loucura e da esquizofrenia grave.
Foi posto em um manicômio na Áustria logo após a morte de seu avó e protetor Pedro II em 1891.
Aos 69 anos, após 42 num manicômio e pouco antes de morrer, Pedro Augusto ainda planejava assumir o trono.
As enfermeiras deixaram escrito que sua imagem cada vez mais parecia com a que foi propagada de Jesus Cristo , olhos claros , cabelos cada vez mais longos aos ombros , um lençol como fosse uma túnica , ele vagava pelos corredores dizendo
“ Olá, sou Pedro III , como vai?”
FONTE : Biblioteca Nacional RJ e Sanatório de Tülln an der Donau (1892-1934) Áustria.
Gilvan Rodrigues Leite (Gestor Público e Ambiental Aposentado).