Chico foi referência do espiritismo para a cidade e para o Brasil. Em Uberaba, amigos contam como foi passar os últimos momentos ao lado do médium.
Médium Chico Xavier passou últimos momentos em Uberaba; ele morreu no dia 30 de junho de 2002 — Foto: Reprodução/TV Integração.
A morte do médium Chico Xavier, em Uberaba, completa 19 anos nesta sexta-feira (30). Para lembrar a data, o MGTV conversou com as pessoas que ficaram perto do líder espírita durante os últimos momentos de vida. Desde a partida de Chico, ainda há dúvidas entre os espíritas se ele reencarnou ou se comunicou de alguma forma.
A data era 30 de junho de 2002. Como fazia todos os domingos, Maria Elisa passou a tarde com o amigo Chico Xavier. "Eu cheguei lá às 13h. Ele estava deitado e eu perguntei se ele gostaria de ir para a sala assistir um pouco de televisão para assistir a festa [comemoração do pentacampeonato da Seleção Brasileira na Copa do Mundo]. Ele consentiu e eu fiquei ali com ele o tempo todo, rindo e conversando. Ora a gente ria, ora a gente ficava emocionado de ver tanta comemoração", relembrou.
Mas a despedida naquele dia foi especial. "Foi uma emoção muito grande, porque ele se despediu com muita emoção. Beijou as minhas mãos, agradeceu e me desejou que eu fosse com Deus e que Deus me abençoasse. E eu, assustada falei ao Chico: 'eu que tenho que agradecer ao senhor por ter oportunidade de estar aqui'. Eu saí, voltei, dei uma olhada para trás; pus um beijo na mão, soprei para ele. Ele abanou a mão para mim e eu fui embora", contou Maria Elisa.
O Brasil inteiro experimentou uma mistura de sentimentos. Pela manhã, alegria e comemoração pela conquista do pentacampeonato da Seleção Brasileira de Futebol na Copa do Mundo no Japão. No começo da noite, tristeza e emoção pela partida do médium.
"Ele sempre dizia que ia desencarnar ou morrer no dia que o Brasil estivesse em festa e que eu não ia ter tempo para pensar na morte dele. E realmente foi assim", disse Eurípedes Higino, filho de Chico Xavier.
O corpo de Chico Xavier foi levado para a instuição espírita Casa da Prece ainda pela madrugada, onde uma multidão já aguardava. O velório durou dois dias, a pedido do próprio Chico. Na porta da Casa da Prece havia filas quilométricas. A estimativa da Polícia Militar foi de duas mil pessoas por hora no velório.
Mistérios após a morte de Chico
Filho, médico e amiga de Chico foram escolhidos pelo médium como guardiões do código de mensagem.
Dezenove anos se passaram e, desde a partida do médium, as perguntas mais frequentes no meio espírita são: “Chico vai reencarnar?” “Quando?” “Ele já se comunicou de alguma forma?”.
Já houve notícias de possíveis contatos do médium com outros espíritas pelo Brasil afora, mas até hoje eles não foram reconhecidos pelas pessoas que eram próximas do Chico. É que antes de morrer, o médium teria deixado um código, justamente para atestar a veracidade das mensagens atribuídas a ele. Os guardiões do código escolhidos foram o filho adotivo, o médico dele e uma amiga.
"Ele criou este código para inibir um pouco das pessoas que iriam receber mensagem dele. Ele dizia que tudo que ele tinha de escrever, já estava escrito. Quando começasse [a escrever] novamente, a pessoa não saberia desde o princípio. Isto era notório, para que as pessoas não abusassem para poder colocar na boca dele coisas que ele jamais diria", explicou Eurípedes.
Filho do médium afirma que ainda não houve qualquer comunicação do pai.
A amiga de Chico, Kátia Maria, morreu em dezembro de 2012. Cinco meses antes, durante uma entrevista à TV Integração, ela garantiu que Chico ainda não tinha se comunicado, mas que gostaria muito que isto acontecesse. "A gente tem saudade dele. A cada dia que passa parece que a saudade aumenta", disse Katia.
Por Erika Machado, MGTV
Gilvan Rodrigues Leite (Gestor Público e Ambiental Aposentado).